Pular para o conteúdo principal
Astronautas passam um mês no deserto simulando viagem a Marte

Experimento conduzido em Marrocos foi concluído nesta quinta (28).
Cientistas devem publicar conclusões em artigos futuros.



Pesquisadores simulam viagem a Marte no deserto de Marrocos (Foto: OEWF/Katja Zanella-Kux)Um grupo de dez astronautas e técnicos, em sua maioria austríacos, simulou durante um mês uma viagem e uma exploração em tempo real a Marte, uma experiência que realizaram perto das dunas do deserto de Merzuga, no sudeste do Marrocos.
Esta missão -- que começou no ínicio de fevereiro e terminou nesta quinta-feira (28) -- tinha como objetivo tentar imitar, na medida do possível, o que seria uma exploração humana sobre a superfície do planeta vermelho.

É um pouco diferente, portanto, do projeto russo "Mars500", apelidado de "Big Brother Marte", no qual astronautas ficaram 500 dias isolados simulando todas as etapas de uma eventual viagem ao planeta.
No deserto
A tripulação, composta por cinco astronautas -- que receberam um treino físico e psicológico prévio --, além de um técnico em telecomunicações, um médico e vários mecânicos especializados, permaneceu isolada durante todo este tempo em uma superfície de 8 quilômetros quadrados, que ficou durante todo o experimento isolada pela Guarda Real marroquina.

Durante o treino, a equipe de voluntários montou um acampamento dentro do qual alternavam sua roupa convencional com os uniformes espaciais que usam para conduzir veículos robóticos desenvolvidos especificamente para responder às condições de pressão no planeta vermelho.
 
Em suas missões no exterior, os astronautas imitam ao detalhe a exploração na superfície marciana com suas roupas, dentro das quais permanecem durante cerca de três horas e meia, um período de tempo que pode chegar até 5 ou 8 horas.
A experiência mostrou a enorme pressão física e psicológica que é sofrida dentro destes "trajes espaciais", além da limitação de movimentos que ela representa para o astronauta.
Os experimentos desenvolvidos pela equipe de astronautas são relacionados com a engenharia, a astrobiologia, a geofísica, a geologia e as ciências da vida.
"É uma das maiores e mais complexas missões já realizadas", explicou à Efe, de Merzuga, o cientista Gernot Grömer, diretor do Fórum Austríaco do Espaço (OEWF), centro que organiza e dirige esta missão em Marrocos.
Grömer assegurou que o objetivo da missão -- com a qual a Nasa colabora -- é saber como se pode fazer uma boa exploração em Marte; testar os aparelhos existentes, ver as possíveis falhas e pensar nos instrumentos e capacidades que são precisos para fazer uma viagem a Marte.
 
Pesquisadores simulam viagem a Marte no deserto de Marrocos (Foto: OEWF/Katja Zanella-Kux)
 
Para imitar o tempo real da missão, a tripulação recebeu os sinais acústicos 26 minutos depois da sua emissão, um atraso artificial feito para reproduzir as condições reais atuais que a distância existente entre a Terra e Marte impõem.
Todos os dados recolhidos nesta simulação serão analisados na base da OEWF na cidade de Innsbruck, na Áustria.
 
Por que Marrocos?

 Marrocos foi escolhido para este experimento por ter características topográficas parecidas com as do deserto de Marte, ao que se acrescentam outras vantagens, que cita Grömer, como o fator segurança -- o que fez excluir a Líbia como opção, por exemplo -- e o apoio técnico do governo marroquino.
Marte, da mesma forma que os planetas terrestres -- Mercúrio, Vênus e a Terra --, tem uma superfície sólida composta por rocha e metal mas, no entando, sua atmosfera está formada principalmente por dióxido de carbono.
"Marrocos apresenta uma combinação geológica interessante", indicou Grömer, que especificou que a exploração que realizada nesta região - situada a cerca de 800 metros acima do nível do mar - combina as dunas de areia fina com as superfícies planas e rochosas, parecidas com o que se conhece de Marte.
Os cientistas mostram especial interesse em relação à parte rochosa da zona, que segundo o centro, dispõe de uma grande diversidade de pegadas microbiológicas da era paleolítica.
De fato, a missão recolheu amostras de areia e rochas para ver se contêm estrutura biomolecular, deixando de lado os fósseis de plantas ou animais, que são muito abundantes nesta zona.
O centro OEWF, considerado líder nestes experimentos, conta com mais de 100 especialistas na matéria, de 23 países dos cinco continentes.
Paralelamente à missão de Marrocos, que conta também com a coordenação do centro marroquino Ibn Battuta, o centro austríaco OEWF realiza uma simulação parecida em Utah, no oeste dos Estados Unidos.
A "simulação marroquina" -- acrescentou Grömer -- conseguiu resultados "excepcionais e surpreendentes", que se negou a revelar agora, para poder fazê-lo mais adiante em publicações científicas.
Os resultados deste trabalho servirão para outros posteriores, já que, como explica Grömer, os materiais usados neste treino estarão superados e haverá outros muitos mais sofisticados para uma viagem real ao planeta vermelho, que segundo ele poderá ser feita dentro de duas ou três décadas.
Como disse Grömer, os experimentos realizados em Marrocos são algo como "andar às cegas", uma vez que estão sendo usados ferramentas e materiais que estarão muito superados dentro de 20 anos.
 
 Por EFE
Nosso Patrocinador
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

EM CAMPINA GRANDE! Pastor Evangélico é preso após estuprar a própria filha de apenas dois aninhos

O "pastor" Jonathan Amorim Cincinato da Silva, 24 anos, foi preso neste domingo (02/03), mediante Mandado Judicial acusado de estuprar a própria filha de dois anos de idade.

Imagem gera confusão em redes sociais; Quais números você está vendo?

O desenho tem gerado muita confusão entre usuários das redes sociais. Praticamente cada usuário ver um número diferente. Quanto mais se enxerga mais confuso fica. E você qual número está enxergando?

SAÚDE EM FOCO: Dor nas pernas? O que pode ser?

A   dor nas pernas é algo comum na vida de muitos brasileiros. Incômoda e insistente, pode ser causada por várias doenças ou ações, ser circulatórias ou até mesmo por muito esforço físico. CAUSAS DAS DORES NAS PERNAS E COMO TRATAR Má circulação: afeta principalmente idosos e tende a piorar com o passar do tempo. Os sintomas mais comuns são o inchaço nos pés e nos tornozelos, dor localizada, dificuldade na locomoção e as pernas tendem a ficar arroxeadas, pois estão com o mau funcionamento dos vasos sanguíneos. Algumas doenças podem estar se desencadeando como: Doença arterial periférica (DAP): neste caso as dores nas pernas surgem após o esforço e desaparecerem com o descanso. As pessoas são obrigadas a interromper a marcha por dor intensa, conseguindo retomá-la após um período variável (alguns segundos a minutos) de descanso. É o que se chama de claudicação intermitente. As dores são provocadas pela oxigenação deficiente dos músculos, uma consequência do estreitamento das arté