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Morre o escritor paraibano Ariano Suassuna, aos 87 anos

Autor paraibano faleceu devido à complicações de um acidente vascular cerebral hemorrágico. Conhecido por defender a cultura popular, Suassuna teve uma renomada carreira como dramaturgo, romancista e poeta.

O escritor Ariano Suassuna faleceu no final da tarde desta quarta-feira (23) em Recife, Pernambuco. Ele estava internado desde a noite de segunda-feira (21) no Real Hospital Português para tratar de um acidente vascular cerebral hemorrágico que havia sofrido. Após passar por uma cirurgia e entrar em coma, o autor sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.


Ariano Villar Suassuna nasceu no dia 16 de junho de 1927 em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa. Ele era filho de João Suassuna, que foi assassinado em 1930. A principal herança de João, que foi governador da Paraíba entre 1924 e 1928, para Ariano foi sua vasta biblioteca, onde o futuro autor iria iniciar sua formação literária. Depois de viver na pequena cidade de Taperoá, Ariano se muda para o Recife em 1937, onde passaria a ter mais contato com a arte que lhe consagraria em vida. 

Após publicar alguns poemas, Ariano assinou em 1947 sua primeira peça, chamada "Uma mulher vestida de sol", que chegou a ser premiada pelo Teatro Estudante de Pernambuco. Depois de se formar em direito - carreira que logo viria a abandonar - em 1950, o escritor finaliza mais duas peças: "Auto de João da Cruz" e "Torturas de um coração". Entretanto, um de seus maiores trabalhos seria lançado cinco anos depois. Trata-se de "O Auto da Compadecida", escrita em 1955 e encenada pela primeira vez em 1956. A peça é uma comédia dramática ambientada carregada de elementos da cultura nordestina e da religiosidade católica que trazia o malandro João Grilo e o covarde Chicó como personagens principais.

Em 1956, torna-se professor da Universidade Federal de Pernambuco, onde viria a lecionar Teoria do Teatro, Estética e Literatura Brasileira. Nesse mesmo ano foi publicado seu primeiro romance, intitulado "A História de amor de Fernando e Isaura".

No ano de 1970, o escritor finalizou outra obra que ficaria marcada para sempre como um dos maiores destaques de sua carreira, o livro "O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta", que é amplamente apontado como sua obra-prima na literatura. Cordéis, repentes e emboadas são citados como principais influências do livro. 

Em 1990, Ariano é empossado como membro da Academia Brasileira de Letras, assumindo a cadeira de número 32. 

O paraibano também foi Secretário de Cultura do Pernambuco por duas ocasiões e também rodava o país com sua aula-espetáculo, onde falava sobre a cultura brasileira e era por vezes acompanhado por artistas de diversas vertentes. A última aula-espetáculo foi realizada em Garanhuns, Recife, na última sexta-feira (25). Suassuna teve seis filhos e 15 netos.

Muitas de suas obras foram adaptadas para o cinema e televisão, sendo o filme O Auto da Compadecida a mais marcante delas. Lançado no ano de 2000 com direção de Guel Arraes, o filme trouxe atuações marcantes de Matheus Nachtergaele como João Grilo e Selton Mello como Chicó. Além disso, o restante do elenco trazia nomes de peso como Fernanda Montenegro, Marco Nanini e Lima Duarte. Mas não foi a única vez que essa obra de Suassuna foi levada para as telas. A peça também virou filme em 1987, com o lançamento de Os Trapalhões no Auto da Compadecida, estrelado pelo grupo liderado por Renato Aragão.

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A minissérie A Pedra do Reino foi exibida em 2007 na Rede Globo em comemoração ao aniversário de 80 anos de Suassuna. Posteriormente, a atração foi exibida nos cinemas, seguindo o mesmo caminho de O Auto da Compadecida que também chegou primeiro às telinhas para depois ser exibido nos cinemas. A adaptação da minissérie foi feita por  Luis Alberto de Abreu, Bráulio Tavares e Luiz Fernando Carvalho, que também incluiram elementos de outras obras de Suassuna, como as peças "O Santo e a Porca" e "Torturas de um Coração".

Por Adoro Cinema

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