Meteorito atinge região central da Rússia e deixa mais de 500 feridos
Ao menos três estão em estado grave; alarmes de carros soaram e janelas quebraram com a passagem do meteorito que lançou bolas de fogo em Chelyabinsk, nos Montes Urais
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Por Ultimo Segundo
Ao menos três estão em estado grave; alarmes de carros soaram e janelas quebraram com a passagem do meteorito que lançou bolas de fogo em Chelyabinsk, nos Montes Urais
Um meteorito atravessou o céu sobre os Montes Urais na Rússia na manhã
desta sexta-feira, provocando explosões e deixando mais de 500 feridos -
a maioria dos ferimentos causados por estilhaços de vidro. Ao menos
três pessoas estão em estado grave.
"Houve pânico. As pessoas não faziam ideia do que estava acontecendo.
Todo mundo começou a ir um na casa do outro para checar se estava tudo
bem", disse Sergey Hametov, residente de Chelyabinsk, cerca de 1,5 mil
km a leste de Moscou, a maior cidade afetada da região. "Vimos uma
grande bola de luz quando saímos para ver o que era e ouvimos um som
forte de trovão."
Um segundo residente de Chelyabinsk, Valya Kazakov, disse que
alguumas idosas no seu bairro choraram pensando que se tratava do fim do
mundo. Outros viram uma luz forte e sentiram uma onda de tremor.
Alguns meteoritos - fragmentos de um meteoro - cairam em
um reservatório fora da cidade de Cherbakul, informou o gabinete do
governo regional, de acordo com a agência ITAR-Tass.
Meteoros geralmente causam estrondos sonoros quando
entram na atmosfera, porque percorrem o espaço muito mais rápido do que a
própria velocidade do som. Ferimentos provocados na escala de hoje são
extremamente raros.
O Ministério de Emergências da Rússia disse que 514 pessoas
procuraram ajuda médica, a maioria por pequenos ferimentos causados por
estilhaços de vidro, e que 112 precisaram ser hospitalizadas. Equipes de
busca estavam atrás dos destroços do meteorito.
O porta-voz do Ministério do Interior Vadim Kolesnikov
disse que cerca de 600 m² de um telhado de uma fábrica de zinco caiu.
Não se sabe com clareza se a queda foi causada pelo meteorito.
Há declarações conflitantes sobre o que de fato
aconteceu. Um porta-voz do Ministério de Emergências Irina Rossius
afirmou que se tratou de uma chuva de meteoros, mas outra porta-voz do
governo Elena Smirnikh confirmou que um único meteoro foi fragmentado.
Um vídeo amador mostrava um objeto caindo do céu às 9h20
do horário local (3h20 em Brasília), deixando um longo rastro branco em
seu caminho que podia ser visto a até 200 km de distância, em
Yekaterinburgo. Alarmes de carros soaram, janelas quebraram e telefones
celulares tiveram o funcionamento afetado pelo incidente.
"Eu estava dirigindo para o trabalho, estava bem escuro,
mas de repente veio um clarão como se fosse dia", disse Viktor
Prokofiev, de 36 anos, morador de Yekaterinburgo, nos Montes Urais. "Me
senti como se estivesse ficado cego pela luz", acrescentou.
Não foram registradas mortes em consequência do
meteorito, mas o presidente Vladimir Putin, que nesta sexta-feira recebe
ministros da Fazenda dos países do G20, foi notificado pelo ocorrido.
O meteorito atingiu a Rússia menos de um dia antes de o
2012 DA14 fazer a passagem de um asteróide mais próxima da Terra já registrada
- cerca de 28 mil km. Mas a Agência Espacial Europeia publicou em seu
Twitter que os dois eventos não tinham conexão. Acredita-se que um
meteorito tenha devastado uma área de mais de 2 mil km² na Sibéria em
1908.
Pequenos pedaços de detritos espaciais - especialmente
partes de cometas e asteroides - que estão em rota de colisão com a
Terra são chamados de meteoróides. Quando os meteoróides entram na
atmosfera terrestre, são chamados de meteoros. A maioria dos meteoros
são destruidos na atmosfera, mas se eles sobrevivem ao calor e à
fricção, são chamados de meteoritos.
Os dramáticos eventos provocaram reações de políticos na
Rússia. O premiê Dimitri Medvedev, durante um fórum de economia na
cidade de Krasnoyarsk, na Sibéria, disse que o meteorito poderia ser um
símbolo para o fórum, mostrando que "não somente a economia é
vulnerável, mas todo o planeta".
Vladimir Zhirinovsky, o líder nacionalista, disse que "não são meteoros caindo, são testes de uma nova arma americana".
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