'Minha casa vai ficar vazia', diz mãe de duas vítimas do incêndio no RS
Elaine Gonçalves já havia perdido o marido há dois anos.
Os filhos Deives e Gustavo morreram após tragédia na boate.
Elaine Gonçalves perdeu dois filhos no incêndio em Santa Maria (Foto: reprodução/TV Globo) |
Entre os mais de 230 mortos na tragédia ocorrida na madrugada de
domingo (27) na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, dois
eram filhos de Elaine Gonçalves. O mais velho, Deives Marques Gonçalves,
de 33 anos, chegou a ser levado para atendimento em um hospital de
Porto Alegre, mas acabou morrendo horas após o incêndio. No final da
tarde desta terça-feira (29), Gustavo Marques Gonçalves, que estava
internado no Hospital de Pronto Socorro da capital gaúcha, teve morte encefálica confirmada pela Secretaria de Saúde do estado.
Inconsolável, a mãe das duas vítimas lamentou o ocorrido e sabe que
agora terá que enfrentar uma nova realidade. Dois anos atrás já havia
perdido o marido e agora enterra os dois filhos. Tudo o que resta para
Elaine Gonçalves é pedir justiça.
"Meus Deus, é um pesadelo. Mas eu sei que sem eu acordar. A realidade
não vai mudar. Eu perdi meu dois filhos. Dois homens. Meu marido se foi
há dois anos, e agora minha casa vai ficar vazia. Agora, eu só quero
justiça", disse a mãe.
Um dia após a tragédia, Elaine Gonçalves participou do programa Mais Você e conversou com a apresentadora Ana Maria Braga.
“É terrível, é muito triste. Meus filhos saíram de casa bonitos,
contentes, faceiros, os dois irmãos juntos. Meu filho saiu para ir a uma
festa e agora ele está aqui, dentro de um caixão", disse ela, que
participava do velório de Deivis na manhã de segunda-feira (28).
O Ministério Público abriu um inquérito nesta terça-feira (29) para
investigar a responsabilidade do Corpo de Bombeiros e da prefeitura de Santa Maria,
e se houve improbidade administrativa. Segundo o delegado Marcelo
Arigony, a casa noturna não poderia estar funcionando. Elaine Gonçalves
não se conforma com as condições oferecidas pela boate aos clientes.
"Uma saída só, como as criaturas vão sair? Como é que pode? Onde fica a fiscalização?", questiona a mãe.
Por G1 Rio Grande do Sul
Comentários
Postar um comentário